Mesmo quem não conhece muito de história sabe quem foi
Adolf Hitler, ou ao menos ouviu algo a seu respeito. Famoso por liderar a
Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial, invadindo países e destruindo grande
parte da Europa, Hitler tinha um lado pouco conhecido. Além de político radical
e estrategista de guerra, o Führer (líder, em alemão) tinha algumas
aptidões artísticas.
Quando criança Hitler estudou piano e canto. Aos 18
anos tentou ingressar na Academia de Artes Gráficas de Viena, capital da
Áustria, mas foi recusado duas vezes. Segundo os críticos, seus trabalhos não
tinham vida nem originalidade. Mesmo assim, sobreviveu por seis anos vendendo
na rua suas pinturas, que continuou a fazer mesmo nas trincheiras da Primeira
Guerra Mundial.
Esse seu lado mais sensível pode, para muitos, contrastar
com sua fama de facínora, responsável por milhares de mortes em nome dos ideais
nazistas. Mas, na verdade, seus dotes artísticos explicam boa parte de suas
convicções quanto à guerra e a suposta supremacia da raça ariana.
Depois de ser rejeitado
pela academia, resolveu aplicar seu estilo na política. Tomou como símbolo do
movimento nazista a cruz suástica – um dos sinais mais fortes e antigos da
humanidade, utilizado por centenas de etnias ao redor do mundo. Participou do
desenho dos uniformes, insígnias, bandeiras e prédios nazistas. Talvez o único
assunto que o obcecasse mais que o ódio aos judeus fosse a arquitetura – e
nesse ponto seu estilo era muito particular. Considerava as artes modernas
“degeneradas” e tentava retomar a grandiosidade que via nos estilos clássicos,
com edifícios tão grandiosos quanto as pirâmides egípcias.
Seus prédios deveriam demonstrar a
superioridade que atribuía ao povo alemão. Um auditório para seus discursos
abrigaria 17 vezes mais pessoas que a Basílica de São Pedro, em Roma. Projetou
também um Arco do Triunfo 70
metros mais alto que o de Paris. Caberia a esses
edifícios manter viva a imagem de Hitler: os materiais usados deveriam,
milênios depois, deixar ruínas tão impressionantes quanto as romanas.
Nenhuma dessas obras monumentais saiu do
papel, o que, para muitos, é um sinal de que a verdadeira arte de Hitler não
estava na construção, mas sim na destruição.
Texto: Eder Ferreira (Adaptação)
Referência Bibliográfica: Revista Superinteressante, novembro de 2003
Referência Bibliográfica: Revista Superinteressante, novembro de 2003
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