quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O talentoso Hitler

Publicado na edição nº 3 da Revista Cultura Siqueirense (Julho de 2012), na seção "Artigos"


Mesmo quem não conhece muito de história sabe quem foi Adolf Hitler, ou ao menos ouviu algo a seu respeito. Famoso por liderar a Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial, invadindo países e destruindo grande parte da Europa, Hitler tinha um lado pouco conhecido. Além de político radical e estrategista  de  guerra,  o Führer (líder, em alemão) tinha algumas aptidões artísticas.
Quando criança Hitler estudou piano e canto. Aos 18 anos tentou ingressar na Academia de Artes Gráficas de Viena, capital da Áustria, mas foi recusado duas vezes. Segundo os críticos, seus trabalhos não tinham vida nem originalidade. Mesmo assim, sobreviveu por seis anos vendendo na rua suas pinturas, que continuou a fazer mesmo nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial.
Esse seu lado mais sensível pode, para muitos, contrastar com sua fama de facínora, responsável por milhares de mortes em nome dos ideais nazistas. Mas, na verdade, seus dotes artísticos explicam boa parte de suas convicções quanto à guerra e a suposta supremacia da raça ariana.
Depois de ser rejeitado pela academia, resolveu aplicar seu estilo na política. Tomou como símbolo do movimento nazista a cruz suástica – um dos sinais mais fortes e antigos da humanidade, utilizado por centenas de etnias ao redor do mundo. Participou do desenho dos uniformes, insígnias, bandeiras e prédios nazistas. Talvez o único assunto que o obcecasse mais que o ódio aos judeus fosse a arquitetura – e nesse ponto seu estilo era muito particular. Considerava as artes modernas “degeneradas” e tentava retomar a grandiosidade que via nos estilos clássicos, com edifícios tão grandiosos quanto as pirâmides egípcias.

Seus prédios deveriam demonstrar a superioridade que atribuía ao povo alemão. Um auditório para seus discursos abrigaria 17 vezes mais pessoas que a Basílica de São Pedro, em Roma. Projetou também um Arco do Triunfo 70 metros mais alto que o de Paris. Caberia a esses edifícios manter viva a imagem de Hitler: os materiais usados deveriam, milênios depois, deixar ruínas tão impressionantes quanto as romanas.
Nenhuma dessas obras monumentais saiu do papel, o que, para muitos, é um sinal de que a verdadeira arte de Hitler não estava na construção, mas sim na destruição.

Texto: Eder Ferreira (Adaptação)
Referência Bibliográfica: Revista Superinteressante, novembro de 2003

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