“O gigante acordou!”. É isso que se lê em editoriais,
tanto em veículos de comunicação impressos como na internet. Para quem não sabe
(o que é impossível, a não ser que estivesse em uma ilha deserta), tal frase se
refere às recentes manifestações que estão tomando as
ruas das grandes
cidades brasileiras (e de algumas pequenas também, mas com menor
ênfase).
É inegável que os protestos são de suma importância,
já que a grande maioria dos manifestantes luta por melhorias que afetem a vida
dos brasileiros em geral.
Porém , há uma parcela que vai às ruas apenas para vandalizar,
saquear lojas, entre outros atos criminosos, o que destoa do objetivo principal
das manifestações. Mas, há ainda uma outra questão. Se perguntarmos para dez
pessoas em uma manifestação de grande porte, como as de São Paulo, cada uma
dirá que está protestando contra uma coisa especifica. “Aumento das tarifas em
transportes públicos”, “Corrupção”, “Autos gastos com estádios”, e mais uma
série de reclamações. O que falta para os manifestantes, ao meu ver, é foco.
Não dá para pedir tudo de uma vez. Vale a pena lembrar que o Brasil tem no
papel mais de 500 anos, mas que como nação mesmo, existimos a exatos há 191
anos. Mesmo que consideremos os anos de dominação portuguesa, pouco se viu de avanços
em questões de ordem social conquistados por meio de manifestações. O povo
brasileiro não tem o hábito histórico de se revoltar contra o governo de
maneira uniforme e focada. Tivemos sim, várias revoltas, como a Guerra dos
Farrapos, por exemplo, mas que foi com objetivos bem diferentes dos atuais. No
século 19, estouraram vários movimentos, mas com metas separatistas, ou seja,
querendo dividir o pais em varias nações menores.
Hoje não. O que estamos vendo é a revolta de um povo
que quer uma vida melhor. O caminho é longo, e precisa sim ser percorrido. Mas
a pergunta que deve ser feita é: qual direção temos que seguir? E mais
importante ainda: que caminho seguir se tudo der errado?
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