Apesar de possuir uma literatura muito criticada pela
falta de identificação das obras produzidas com o território e a cultura
paranaense, o Estado do Paraná é reconhecido por ter revelado grandes autores
para o cenário da literatura nacional.
Em Curitiba, muitos nasceram e desenvolveram boa parte
de suas obras. Entre esses, está o único representante do movimento parnasianista no Estado, o escritor
Emilio de Menezes, com uma poesia voltada para a sátira, a ironia e com a
temática da morte. No Simbolismo, a capital paranaense foi representada por
Emiliano Perneta, o Príncipe dos Poetas Paranaenses, que escreve sobre o amor e
incentiva o homem a ir em busca de seu destino. Dentre os diversos autores
modernistas curitibanos estão Alice Ruiz, escritora e tradutora de haikais, poemas
e de uma história para o público infantil; Andrade Muricy, com obras de ficção
e ensaios; Dalton Trevisan, um dos autores paranaenses de maior renome
nacional, conhecido como o “Vampiro de Curitiba”, devido suas histórias ligadas
à cidade e aos temas realistas; Paulo Leminski, autor também de haikais e de
uma poesia classificada como “poesia marginal”, além de ser conhecido por suas
composições musicais gravadas por artistas como Caetano Veloso e Moraes
Moreira; e, por fim, Tasso da Silveira, poeta modernista voltado à
religiosidade.
O litoral do Paraná possui representantes dos
municípios de Morretes e Paranaguá que enquadram-se também no Movimento
Simbolista. Da primeira cidade saiu Silveira Neto, com temas relacionados à
família, mas consideradas de aspecto pessimista. Já de Paranaguá, veio Nestor
Vitor, com diversas poesias, contos e romances, e grande divulgador da
literatura francesa. No município de Cruz Machado, região sudeste do Paraná,
nasceu a mais importante poetisa do Estado, Helena Kolody, uma das primeiras
autoras de haikais do Brasil, iniciando nessa arte na década de 1940. Entre
seus principais temas está a exaltação à vida, natureza e a eterna inquietação
humana. Integrando a nova geração de escritores paranaenses, Domingos
Pellegrini, natural de Londrina, é jornalista e professor, com romances, contos
e poesias reconhecidos pela temática social e ganhador de dois prêmios Jabuti,
o mais importante concedido pela literatura brasileira.
Confira, abaixo, alguns dos mais importantes
escritores paranaenses e suas principais obras:
Alice Ruiz: “Navalhanaliga” (1980), “Paixão Xama Paixão” (1983), “Hai-Tropikai”
(1985), “Desorientais” (1996), “Yuuka” (2004) e “Boa Companhia” (2009).
Dalton Trevisan: “Novelas Nada
Exemplares” (1959), “O Vampiro de Curitiba” (1965), “A Guerra Conjugal” (1969),
“A Faca no Coração” (1975), “A Polaquinha” (1985), “Em Busca de Curitiba
Perdida” (1992), “Ah, É?” (1994), “Capitu Sou Eu” (2003), “Violetas e Pavões”
(2009).
Domingos Pellegrini: “O Homem Vermelho” (1977), “Terra Vermelha” (1998),
“Questão de Honra” (1999), “O Caso da Chácara Chão” (2000), “Bendito Assalto”
(2009).
Helena Kolody: “Paisagem Interior” (1941), “A Sombra no Rio” (1951), “Antologia
Poética” (1967), “Tempo” (1970), “Infinito Presente” (1980), “Poesia Mínima”
(1986), “Caixinha de Música” (1996), “Sinfonia da Vida” (1997), “Memórias de
Nhá Mariquinha” (2002).
Paulo Leminski: “Catatau” (1975), “Polonaises” (1980), “Caprichos & Relaxos”
(1983), “Agora É que São Elas” (1984), “Guerra Dentro da Gente” (1988),
“Metamorfose, Uma Viagem pelo Imaginário Grego” (1994), “O Ex-estranho” (1996),
“Ensaios e Anseios Crípticos” (1997).
Tasso da Silveira: “Fio d'Água” (1918), “Alegorias do Homem Novo”
(1926), “Contemplação do Eterno” (1952), “Regresso à Origem” (1960), “Puro
Encanto” (1962).
Fonte:
Dia-a-dia Educação – Portal Educacional do Estado do Paraná (Adaptação)
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